por Rádio Vaticano (tradução de Vanessa Solla)
A presença contínua de corajosos religiosos no Iraque é um sinal importante de esperança em meio ao sofrimento da população cristã que lá reside. Esse foi o tema chave do relato de dois líderes dominicanos que recentemente visitaram Bagdá e a cidade de Erbil, norte do Iraque, capital da região Kurdistã.
A visita no meio de Janeiro foi um convite de irmãos e irmãs dominicanos que frequentemente se sentem esquecidos enquanto se esforçam para dar e aos cristãos ameaçados pela violência diária dos, assim chamado, Estado Islâmico. Mais de cem mil pessoas em maioria cristãos e yazidis fugiram para Erbil e suas redondezas conforme o Estado Islâmico tomava a cidade de Mosul em junho, ameaçando e matando aqueles que não queriam se converter ao islamismo.
Frei Timothy Radcliffe, antigo mestre da Ordem Dominicana, disse a Philippa Hitchen porque o Ocidente deve tomar responsabilidade e fazer tudo que possível para auxiliar o término do conflito que esta devastando a região.
Frei Timothy diz que uma das coisas que ficou clara com a visita ao Iraque foi o modo como a intervenção ocidental, junto ao sofrimento e aumento da desigualdade tem alimentado o conflito na região.
No presente ele diz ser impossível imaginar qualquer diálogo com o Estado Islâmico, mas pondera que existem muitos muçulmanos que eles conheceram em Bagdá buscando diálogo e um compromisso construtivo com o ocidente. Ele lembra que os dominicanos estabeleceram a The Baghdad Academy of Human Sciences para instaurar um local de diálogo e debate: de 5000 estudantes matriculados na academia, cerca de 80% são muçulmanos.
Frei Timothy adverte que existe um “perigo real de que uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo desapareça”. É compreensível que pessoas estejam fugindo, entretanto, ele diz ter encontrado “muitas pessoas corajosas e instruídas que querem permanecer”.
Perguntando sobre os danos da violência o qual os irmãos e irmãs dominicanos sofrem no Iraque, o antigo mestre diz que Bagdá é um lugar difícil e exaustivo onde os religiosos tentam servir mas depois vão embora para descansar e renovar-se. A presença resistente e contínua deles, ele insiste, é “um símbolo da esperança cristã”.
Nos campos ao redor de Erbil, Frei Timothy conta, a situação é muito menos perigosa e a Ordem considera mandar pequenos grupos de jovens para a região por um curto período para “conhecer, trabalhar, aprender com e ensinar os jovens nos campos”.