Semana Dominicana: Testemunho de vida e diálogo

Por ocasião do dia de São Domingos e do Jubileu de 800 anos da Ordem dos Pregadores trazemos aqui o segundo texto da série #SemanaDominicana, que nos apresenta uma sequência de reflexões sobre temas importantes da espiritualidade dominicana. Hoje vamos conhecer um pouco sobre como São Domingos se relacionava com os hereges e o que ele fazia para combater a ”heresia”.

Esses textos trazem parte das fontes dominicanas e foram produzidos pelo promotor de missão e caridade do IDYM, Leonardo De Laquila, e pelo Frei Mariano Foralosso, assessor do MJD-BR, por ocasião do encontro internacional do YDIM. Jovens dominicanos do mundo todo tiveram a oportunidade de rezar esses temas enquanto peregrinavam pelos caminhos por onde Domingos ou oitocentos anos atrás.

SerieSDomingos-postFB-02

Testemunho de vida e diálogo

A vida de São Domingos, sua missão de pregador e a própria fundação da Ordem foram profundamente marcadas pelo ‘encontro’ com o desafio e os apelos do Catarismo. Para contrapor as doutrinas erradas desta heresia, Domingos se entregou totalmente à pregação itinerante. Para dar resposta adequada aos questionamentos doutrinais e morais dos hereges, ele colocou o estudo como um dos pilares fundamentais da vida dominicana. Para convencer e levar os hereges à conversão pelo exemplo de vida, pela força da palavra e pelo diálogo, mais do que pela violência e a coerção, Domingos se converteu ao seguimento radical de Cristo, tornando-se “um homem plenamente evangélico que em tudo seguiu os o do seu Senhor.” Neste sentido ele representa para nós um exemplo do respeito das ideias e da consciência dos outros e do diálogo religioso.

Frei Domingos mostrava-se afável para com todos, ricos e pobres, judeus e gentios. Era amado por todos, exceto pelos hereges e inimigos da Igreja, que ele questionava, procurando convencê-los com suas pregações e disputas. Ele ouviu dizer e também viu pessoalmente que sempre os tratava com caridade, os exortava e os induzia a fazerem penitência e a se converterem à verdadeira fé. (Fonte, B. Jordão, Libellus, n. 27)

Foi promovida, em certa ocasião, uma controvérsia geral contra os hereges, à qual o bispo local queria assistir com o cortejo faustoso e grande magnificência. Mas o bem-aventurado Domingos lhe disse: Assim não, pai, não é assim que devemos sair contra eles. Os hereges hão de se convencer mais com a humildade e outros exemplos de virtude do que com aparências exteriores e argumentos de palavras. Armemo-nos, pois, com fervorosas orações e, dando mostras de verdadeira humildade, saiamos com os pés descalços a lutar contra Golias.

O bispo acreditou no homem de Deus e, deixando as ricas cavalgaduras, saíram descalços. O local marcado para o debate estava bastante longe. Depois de terem andado muito começaram a duvidar se fosse aquele o caminho certo, e para se assegurarem perguntaram a um homem que julgaram católico, mas que na realidade era herege. Sim, senhores – disse ele – ensinar-vos-ei com bom gosto o caminho e com prazer vos acompanharei até o local. E ele, maliciosamente, conduziu-os por certo atalho cheio de espinhos e ramos cortantes que lhe cobriam os pés e as pernas de sangue. O homem de Deus, sofrendo tudo isso com paciência e louvando o Senhor, exortava a todos a glorificar a Deus, dizendo: Caríssimos, confiai no Senhor que a vitória será nossa, pois os nossos pecados foram purgados com sangue. Aquele herege, dando-se conta da sua irável e risonha paciência e comovido com aquelas palavras, confessou a sua perversa intenção e abjurou a heresia. Ao chegarem ao local tudo correu favoravelmente para eles. (Fonte: Vitae Fratrum, parte II, cap. 2)

Reconhecendo a glória de Deus em nossas vidas.

  • Quais coisas Deus nos permitiu construir para o seu Reino?
  • Quais são as atividades que desenvolvemos enquanto MJD ou jovem cristão ? E que mais gosto de realizar?

–\\–

Ficha técnicaTextos: Frei Mariano Foralosso, op, e Leonardo De Laquila | Imagem: Bruno Alface | Ilustração: Leonardo De Laquila | Organização: Victor Alarcon, Mariana Bongiorno e Bruno Alface

Deixe um comentário