por Raimara Arruda*
Quem são as mulheres camponesas? De acordo com a definição do Movimento de Mulheres Camponesas, mulher camponesa, é aquela que sozinha ou juntamente com o grupo familiar, produz o alimento e garante a subsistência da família. É a pequena agricultora, a pescadora artesanal, a quebradeira de coco, as extrativistas, arrendatárias, meeiras, ribeirinhas, posseiras, bóias-frias, diaristas, parceiras, sem terra, acampadas e assentadas, assalariadas rurais, quilombolas e indígenas.
O campo é composto por uma grande diversidade de sujeitos que vivem lugares muito diferentes, possuem individualidades, história e necessidades específicas. Essas diversidades são enfrentadas por mulheres que lutam por melhores condições de vida, é um movimento que está diretamente ligado aos conflitos pela posse da terra, e que foi se ampliando para a luta por direitos sociais, como o direito de ser reconhecida como agricultora, ou trabalhadora rural, o direito à participação, assim como a luta contra as desigualdades de gênero, o combate à violência doméstica, a luta por políticas públicas de educação, saúde, entre outras.
Ao longo de anos, tem se ouvido o grito das mulheres camponesas, través de movimentos e organizações pelo país, que acabam se tornando politicas publicas. Esses movimentos e organizações como: Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Comissão Pastoral da Terra ( T), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimentos das Mulheres Camponesas (MMC), entre outros, reúnem as mulheres em busca de levar a voz do campo, a luta cotidiana e a experiência das dificuldades enfrentadas na busca por seus direitos. O dia a dia dessas mulheres são cheios de dificuldades e desafios, desde o alimento à mesa, a escola para os filhos, o direito a moradia, à saúde e uma vida digna no campo. A busca por melhores condições de vida e por direitos são constantes e árduos. As mulheres camponesas estão na lida.

Comunidade São Miguel – Goiatins (TO). Foto: Rafael Oliveira
Mulheres camponesas são lutadoras, revolucionárias, militantes, dirigentes de movimentos, são cheias de crenças e esperança, são exemplo de força, fé, amam a natureza e mesmo com tantos percalços carregam em si a alegria, a fraternidade e a perseverança.
A mulher do campo, luta, chora, resiste, sonha… a mulher do campo, planta, colhe, vende, produz… a mulher do campo ama seu chão, tem alegria de ver o verde brotar, tem o sonho de direitos alcançar e de um dia pela sobrevivência não ter que implorar.
*Raimara é de Tocantins, mas atualmente participa do MJD Curitiba.