Domingos: governo, espiritualidade e liberdade

da redação do blog

Para – bem – celebrar o Jubileu de 800 anos da Ordem dos Pregadores, temos rezado, estudado e vivido os temas do novenário para o jubileu. Com mensagens escritas pelo Mestre da Ordem, elas nos inspiram a lembrarmos de pontos fundamentais para, ao fazer memória dos 800 anos, tenhamos a consciência de que “chão” estamos pisando: a Ordem fundada por São Domingos e toda sua espiritualidade pregadora, conhecendo e agindo no mundo, ao lado dos irmãos.

Ano ado nos debruçamos sobre o “Laicato dominicano e a pregação” – tema que nos cabia diretamente. Esse ano o tema é “Domingos: governo espiritualidade e liberdade”. Nos cabe mais ainda.

Como o texto é longo (mas calma, não queremos espantar vocês… é longo, mas muito bom), basta clicar AQUI para á-lo. Pode baixar, imprimir, ler no celular, tablet, estudar em grupo… Só não deixe de dar uma espiada.

 

 

Há uma graça chegando!

por frei Zilton Salgado, op

Há uma graça chegando! – Eis o que nos anuncia o tempo do Advento.

Para além daquela percepção comum de que este é mais um dos tempos de preparação que a Igreja proporciona a nós; o Advento é tempo de espera, de antever aquilo que ainda está por vir e alegrar-se nessa abertura de espaço e acolhida daquilo que ainda não está por aqui, mas já nos orienta.

Nesse caminho – que não é tão longo assim: são apenas quatro semanas! – somos convidados a nos tornarmos, dia a dia, mais impregnados da Esperança.

Pondo-nos a caminho – acompanhando de perto Maria e José – damos a cada momento mais um o em direção da concretização da plenitude dos tempos, com a encarnação daquele que é a perfeição dos sonhos do Pai.

O tempo do Advento, por um lado, lança-nos para que, corajosamente, avancemos rumo à santificação, de quem, no tempo presente, já atua segunda a ordem da companhia constante do Deus, que nos quer consigo; por outro lado, é momento de celebração daqueles que se alegram – como Isabel – com a antevisão do Cristo que está, mais e mais, próximo.

Assim, plenificados da Esperança, de quem pode junto de Maria entesourar o Verbo, somos atraídos no tempo do Advento a encontrar, por entre às muitas atividades que acumulados a cada dia, meios – cada vez mais concretos – de dar à luz, para cada um dos que nos cercam, próximos ou não, a verdadeira Luz que não se extingue: o Cristo.

Este ano, particularmente, mostra, por meio da liturgia do Advento, que temos de estar atentos ao Deus que vem.

Jesus, que nasce pobre entre os homens, não é apenas um; mas é o próprio prometido do Pai que, junto dele, é Deus.

Deus vem: para que voltemos a Ele.

Vem: para nos preencher de alegria.

É o Filho do Deus Altíssimo.

O Advento convoca-nos a estarmos íntegros e dispostos a sermos santos, como o Cristo que chega é santo.

E, além disso, lembra-nos, que todas as coisas – as do céu e as da terra – anseiam pelo Filho do Homem.

Que nós possamos – como destinatários privilegiados dessa Boa Nova de esperança – nesses dias de espera e alegria, sermos sinal de quem já estamos prontos a receber essa graça, que está por nascer em nós!

#TrabalhoEscravoExiste no DNJ em São Paulo

por Paula Daniela Alves e Victor Alarcon

A Jornada Mundial da Juventude ocorrida no ano ado no Rio de Janeiro continua gerando frutos. Como visto em ações recentes provenientes do “Plano Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil”, elaborado pela CNBB, que tem por objetivo dinamizar a evangelização da juventude no Brasil. Na Arquidiocese de São Paulo as reuniões entre grupos de jovens dos vários setores têm ocorrido frequentemente, além da realização de cursos de formação como o ocorrido no mês de setembro, CDC – Curso de Dinâmicas Cristãs.

O último evento foi no domingo ado, 16 de novembro, quando ocorreu o DNJ – Dia Nacional da Juventude, onde a juventude da cidade reuniu-se em grande quantidade e diversidade. E o Movimento Juvenil Dominicano estava lá participando como “oficineiro” ,com o tema #TrabalhoEscravoExiste, o que foi um grande prazer, conforme testemunho do nosso Promotor de Formação Nacional, Victor Alarcon.

Dom Odilo foi conferir a oficina

Dom Odilo foi conferir a oficina

“Logo que fiquei sabendo que existiria esse espaço quis que o MJD tivesse uma oficina para mostrar nossa cara para a juventude da Arquidiocese de São Paulo. O tema trabalho escravo foi escolhido não só porque foi o tema da CF desse ano, mas também porque reflete um dos eixos da vida do MJD – a luta por justiça no mundo. O nome da oficina vem da ação que fizemos no Facebook e resume nosso maior objetivo com essa oficina, divulgar que #TrabalhoEscravoExiste.”

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A oficina teve duas apresentações com público bem diferenciado. A primeira sessão foi mais uma palestra onde os presentes ouviram, responderam nosso questionamento, mas aparentemente não possuíam mais conhecimento sobre o tema, talvez até mesmo pela idade jovem. Enquanto que na segunda apresentação contamos com a presença de jovens mais velhos, mais habituados a discussões políticas e que agregaram nossa discussão.

Mas as duas sessões levaram o nosso pequeno público a refletir não somente sobre o que é trabalho escravo, mas também como nos informar onde está ocorrendo, saber que tipo de ações pode ter e quais instituições se organizam para combatê-lo.

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As edições do DNJ são em geral caracterizadas por muita música e dança e pouco espaço para outras atividades que os jovens também apreciam como discutir assuntos relacionados à política. Portanto, essa última edição apresentou um avanço para abertura de novos momentos de discussão política – social em nosso âmbito. E dessa forma os jovens que participaram dessa oficina esperam que todos estejam mais próximos da liberdade para qual Cristo nos libertou.

 

Catecismo Jovem, Youcat e JMJ

Por Cesar Henrique, Geovana Brito, Gabriel Lanzillotta e Victor Alarcon.

Em meados de maio, quando a Jornada Mundial da Juventude 2013 no Rio de Janeiro se aproximava, recebemos um punhado de livrinhos amarelos que logo descobrimos se tratarem do Youcat. A Igreja disponibilizou esses livros para que, na época, os jovens se preparassem para a JMJ. Enxergamos nesses livros uma oportunidade de conhecer respostas que a Igreja dá para perguntas como: “Em que cremos?”, “Como celebramos os mistérios cristãos?”, “Como devemos orar?”, sobre o quê um cristão acredita. Como Dominicanos, logo tivemos a ideia de estudar esse documento em grupo. Desde então esse grupo se reuniu quinzenalmente aos sábados na Paróquia Santuário São Vicente de Paulo.

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Após o Concílio Vaticano II, vários aspectos da igreja foram “atualizados”, gerando diversas dúvidas. Em 1992, o Papa João Paulo II entregou a todos os fiéis do mundo o Catecismo da Igreja Católica. Anos mais tarde, Bento XVI apresentou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que espelha fielmente na estrutura, na linguagem e nos conteúdos o Catecismo da Igreja. Desde então surgiu a necessidade de adequar a linguagem para que os jovens também se interessassem pelos documentos. O Youcat é uma adaptação para os jovens de hoje poderem estudar o Catecismo da Igreja Católica.

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YOUCAT é a abreviatura de Youth Catechism (Catecismo Jovem). Ele tem a mesma estrutura do Catecismo da Igreja Católica e é composto por 527 perguntas simples, com respostas que exprimem a fé da Igreja Católica. O livro existe não somente para preparar os jovens para a Jornada Mundial da Juventude, mas também para auxiliar todos que buscam viver verdadeiramente como Cristãos. Nele é explicado e esclarecido diversas características desde antes do nascimento da Igreja até os dias de hoje. Um instrumento muito útil e de fácil utilização destinado aos jovens.

Por ser pensado justamente para jovens, o Catecismo teve como diferencial um projeto gráfico com muitas imagens e textos complementares, além da linguagem ível. Traduzido em dez línguas diferentes (alemão, inglês, francês, espanhol, polaco, italiano, português, holandês/flamengo, checo e eslovaco), é o Catecismo oficial das Jornadas Mundiais da Juventude.

O Youcat foi desenvolvido por um número considerável de padres, teólogos e professores de religião, com o auxílio do cardeal Christoph Schönborn, devido ao desejo do Papa João Paulo II de reunir bispos de todo o mundo para escrever um verdadeiro, e não apenas uma composição de diversos textos.

Um livro que mostrasse aquilo em que a Igreja Católica hoje crê e como se pode crer. Para isso confiou ao Papa Bento XVI a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e fazer com que o tal livro surgisse, com o título antiquado de Catecismo da Igreja Católica, mas que fosse completamente novo e excitante.

Nossa história com o Youcat

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O estudo é um dos três elementos que fazem com que nossa pregação seja de melhor qualidade. Após recebermos o sacramento do Crisma e armos a acompanhar os encontros da nova turma de crismandos da nossa paróquia – a São Vicente de Paulo -, sentimos a necessidade de conhecer mais profundamente o que a Igreja fala sobre o que é ser Cristão.

Percebemos que estudar o Youcat é uma necessidade que temos, pois ele é compreensível e de fácil consulta, que podemos usá-lo para esclarecer nossas dúvidas e transmitir com mais clareza as mensagens que estão contidas neste livro sobre fé, amor e tudo que a doutrina cristã prega.

Precisamos aprender cada vez mais sobre o catecismo da nossa igreja e nos mantermos informados sobre questões de tema religioso, sobre a posição da igreja quanto a elas. Mas também precisamos sempre “renovar a fonte de onde bebemos”. Precisamos de um lugar onde possamos tirar ensinamentos, dúvidas, esclarecimentos… enfim, precisamos de algo para renovar o sentido de nossa vida.

A proposta do Youcat parece ser uma ótima opção para fazermos isso. Mas muitas vezes é difícil enxergarmos sozinhos todos os esclarecimentos possíveis, e daí surge a necessidade de fazermos um grupo de estudos. Em grupo não só estudamos, mas também partilhamos da experiência do estudo, além de exercitarmos a vida fraterna, outro ponto que sustenta a pregação dominicana.

Youcat_Ilustração

Alguns dos participantes nos falaram sobre essa experiência de estudo em grupo:

Estou lendo o Youcat, comecei a conseguir entender mais a Igreja e cada vez mais me interessar. Sozinho seria muito chato, mas em grupo é mais dinâmico. Estou gostando e é muito bom.” – Por Erick Vinícius Borges

“Eu estou achando muito legal estudarmos o Youcat, pois é uma maneira de vermos de outro jeito alguns pontos que a igreja discute e também uma maneira de nos aprofundarmos em assuntos que nos são ados no Crisma.” – Por Marcelo Rossi Locateli

“O Youcat está nos proporcionando encontros de formação muito importantes para o conhecimento de nós, jovens cristãos, sobre a complexa história do nosso cristianismo. Sabemos que esse estudo não é o suficiente para nos tornarmos sábios, entretanto seguimos no caminho de aprofundamento desse saber.” – Por Mayara Lopes

E esse é só o começo. Nossa Igreja é muito rica e bela, o Youcat é só o começo de uma prática que deve ser sempre presente na vida de um dominicano, jovem ou não: o estudo.

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28.04 – Dia da Caatinga

Por Victor Alarcon

Por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, um decreto assinado pelo presidente Lula em 2003 instituiu o dia 28 de abril como o Dia Nacional da Caatinga. O bioma do sertão nordestino é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupando em torno de 10% do território do nosso país.

Durante muito tempo se acreditou que a caatinga era composta apenas por espécies da floresta atlântica e da floresta amazônica que, por causa da seca, não se desenvolviam direito, sendo por isso consideradas mais ‘feias’. Enquanto durou essa crença, o jeitão seco da caatinga e a ideia de que não se iria encontrar nenhuma novidade por lá, causou um grande desinteresse no seu estudo. Apesar de ainda ser o bioma menos conhecido do Brasil é interessante saber não só que a caatinga é o bioma semi-árido mais biodiverso do mundo mas também que não é uma floresta mirrada. Na verdade a caatinga é uma savana e tem características próprias, inclusive com grandes graus de endemismo, que enriquecem a diversidade biológica do Brasil.

Ararinha azul, exclusiva da caatinga, é considerada extinta na natureza desde 2001.

Ararinha azul, exclusiva da caatinga, é considerada extinta na natureza desde 2001.

Tendo condições próprias, por exemplo muito sol e pouca água, os organismos que ali sobrevivem foram selecionados durante muito tempo e estão adaptados à essas condições como poucos, usando diversas estratégias para sobreviver.

Aprender a usar os recursos que já existem na natureza é um grande desafio que pode trazer grandes benefícios para o ser humano. É bastante claro porque os beduínos do deserto se deslocam usando camelos e não cavalos, certo? Camelos estão adaptados à esse tipo de ambiente, cavalos não. E pelo mesmo motivo o povo nordestino consome umbu, não maçã. O umbuzeiro é uma planta adaptada à vida na caatinga; já as macieiras, não.

Umbuzeiro, árvore que permanece verde mesmo durante a seca do nordeste.

Umbuzeiro, árvore que permanece verde mesmo durante a seca do nordeste.

Vem crescendo a quantidade de cooperativas que beneficiam plantas da caatinga e conseguem gerar renda a partir delas. Ao vender geleia de umbu ou algum produto de babaçú ou ainda artesanato feito com a fibra do licuri se usa a natureza do lugar, que está adaptada a ele, sem precisar modificá-lo. Ou seja gera-se renda pra população sem a necessidade de destruir o ambiente. E mais, em geral as populações já usavam essas plantas e conhecem os truques e segredos de se usar os recursos da natureza. Ao fazer disso uma fonte de renda preserva-se ainda a cultura das pessoas.

Como as cooperativas comunitárias não trabalham com a ideia de lucrarem o máximo, mas trabalham pela sua subsistência elas podem se preocupar não só com a preservação da natureza, sua fonte de renda, mas também com a qualidade de vida dos produtores e dos seus clientes. Esse é um ótimo exemplo de uma necessária mudança na forma como nos relacionamos com a natureza que gera uma mudança real na economia, melhorando a qualidade de vida das pessoas e garantindo a preservação do meio ambiente.

Nossa resposta a Deus

por Frei Alexandre Silveira

A amizade nasce de um encontro. E é justamente isso que acontece entre Deus e nós, seres humanos; Deus veio e vem ao nosso encontro e quer dialogar conosco, ou seja, quer ser nosso amigo. Como está escrito no Catecismo da Igreja Católica (CIC, 142): “Por sua revelação, o Deus invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como a amigos, e com eles se entretém para os convidar à comunhão consigo e nela os receber. A resposta adequada a este convite é a fé”. 

Portanto, “a fé é primeiramente uma adesão pessoal do ser humano a Deus e, inseparavelmente, o assentimento livre a toda verdade que Deus revelou” (CIC, 150). Devemos frisar bem que Deus respeita a nossa liberdade, pois foi Ele quem a concedeu; assim, também nós devemos respeitar nossos irmãos que professam outra fé. Pois o homem deve dar uma resposta a Deus voluntariamente; ninguém pode ser coagido a aderir determinada crença.

Infelizmente, ainda hoje, existem pessoas que em nome da fé cometem atrocidades. O “fundamentalismo religioso”, por exemplo, é um grande perigo, pois não aceita outro ponto de vista, a não ser o seu, e, assim sendo, não dialoga com o diferente, se fecha em seu dogmatismo. Também vemos outros extremos, o relativismo, o niilismo… Com tudo isso, muitas pessoas parecem entrar numa crise de fé; sem saberem o fundamento de sua fé, deixam-se levar pela onda do momento ou tentam guardar “tradições” que não são necessárias. Por isso é de extrema importância que procuremos compreender as raízes de nossa fé.

Trecho do Caminho da Fé | Trajeto Tambaú - Águas da Prata.

Trecho do Caminho da Fé, realizado pelo MJD-BR em 2012 | Trajeto Tambaú – Águas da Prata

Este é o objetivo do Papa Bento XVI ao proclamar um “ANO DA FÉ”, o qual teve início em 11 de outubro de 2012 e terminará no dia 24 de novembro deste ano. Pois, “não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (Mt 5,13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus, que convida a crer nele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (Jo 4, 14)” (Carta Apostólica do Papa Bento XVI: Porta Fidei, 3).

Quando nos encontramos com Jesus e aceitamos a sua mensagem, sentimos vontade de ajudar as pessoas a descobrir o dom de Deus dentro das suas vidas. Desejamos compartilhar com elas, assim como irmãos, a nossa felicidade. Afinal, “a fé é aquilo que uma pessoa tem de mais pessoal, mas não é um assunto privado. Quem deseja crer tem de dizer tanto ‘eu’ como ‘nós’, pois uma fé que não possa ser partilhada e comunicada seria irracional” (Youcat, 24).

Sê cremos no Verbo Encarnado, necessariamente, também, devemos buscar a vivência da caridade. Frei Mateus Rocha, O.P., expressou isso muito bem em uma de suas frases: “O amor de Deus não existe abstratamente, fora e acima de nossa capacidade humana de amor: encarna-se num amor humano. Em outros termos, o amor que se tem aos homens é o lugar privilegiado de verificação do amor que se tem a Deus. O amor ao próximo é, assim, uma mediação indispensável do amor a Deus”.  

Não podemos separar a nossa fé de nossas opções fundamentais, pois se assim fizéssemos a fé não seria exatamente fé. Ela, necessariamente, deve ser refletida em nossa realidade social. Afinal, verdadeira fé é aquela que nos conduz à caridade, pois “a fé sem obras é morta” (Tg 2, 17). Então, quando nos entregamos, numa atitude de confiança, a Deus, nossa vida muda, pois o sentido de nosso existir não é mais a riqueza, o prazer, o ter…, mas sim o Amor. Este que nos interpela, fazendo com que busquemos, constantemente, sairmos de uma situação cômoda, individualista, egoísta, para ir ao encontro de nosso próximo.

Integrantes do MJD-BR no Assentamento do MST João Canuto | Mutirão Dominicano em 2011.

Integrantes do MJD-BR no Assentamento do MST João Canuto | Mutirão Dominicano de 2011.

A verdadeira fé é aquela que nos leva a nos humanizarmos, é aquela que orienta as nossas mentes para soluções plenamente humanas. É isso que diz um trecho do documento Gaudium et Spes: “Movido pela fé, conduzido pelo espírito do Senhor que enche o orbe da terra, o Povo de Deus esforça-se por discernir nos acontecimentos, nas exigências e nas aspirações de nossos tempos, em que participa com os outros homens, quais sejam os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus. A fé, com efeito, esclarece todas as coisas com luz nova. Manifesta o plano divino sobre a vocação integral do homem. E por isso Orienta as mentes para soluções plenamente humanas” (G.S. 11).

Portanto, Há uma interação entre fé e vida; a fé brota das raízes mesmas da vida propriamente humana. Como o teólogo Walter Kasper expressou em seu livro: “El Dios de JesuCristo”: “O mistério do homem, de seu mundo e da história se transcende a si mesmo. A esta primeira tese devemos acrescentar uma segunda: O mistério do ser humano e do seu mundo implica também a Deus (p. 143)”.

A fé, de uma maneira mais geral, é abandonar-se a dimensão do mistério divino e de entender e sustentar nela a vida. É responder positivamente a Deus, é cultivar a amizade com Ele e, inseparavelmente, dizer sim ao outro. Quem diz crer respeita a liberdade do outro, vê o outro como um bem, como um irmão, filhos do mesmo Pai. Quem diz crer tem fome de justiça, procura ser misericordioso, procura a sua salvação e a dos outros, e, nas crises da vida, suas raízes se fortalecem cada vez mais na busca do Amor, pois “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).

#mjdbr

Dia Mundial das Florestas: Quanto vale um serviço ambiental?

Por Victor Alarcon

Hoje, dia 21 de março, é celebrado o Dia Mundial das Florestas. A ideia deste dia partiu do jornalista e agricultor Julius Sterling Morton, que viveu nos Estados Unidos no final do século 19. Ele percebeu a importância da natureza para as pessoas e conseguiu mobilizar a população local para dedicar um dia do ano em homenagem às florestas. Aos poucos essa ideia foi se espalhando e em 1972 a Organização para a Agricultura e Alimentação, ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), tornou a data oficial.

As florestas são grandes moradias da biodiversidade do nosso planeta – nós dependemos dessa biodiversidade para viver. Proteger a floresta é muito mais que salvar a vida de animais fofinhos; é salvar a existência da espécie humana.

Haldane, biólogo fundador da genética de populações, dizia que Deus deve ter uma grande predileção por besouros, grupo que é o mais diversificado que existe entre os seres vivos, com cerca de 350 mil espécies.

Haldane, biólogo fundador da genética de populações, dizia que Deus deve ter uma grande predileção por besouros, grupo que é o mais diversificado que existe entre os seres vivos, com cerca de 350 mil espécies.

A natureza nos presta serviços, os chamados serviços ambientais, que são muito valiosos, mas gratuitos. Ou você paga pra ter oxigênio no ar e água doce caindo do céu em forma de chuva? Atualmente, cientistas começaram a perceber que a destruição da natureza poderia causar prejuízos financeiros para o homem. É bastante difícil dizer quanto vale, em reais, um serviço ambiental, mas atualmente existem pessoas pesquisando o quanto seria necessário desembolsar para fazer algo que a natureza nos faz de graça.

Na natureza quem poliniza as plantas são insetos, em geral abelhas. Quanto você acha que precisaria ser gasto para polinizar manualmente uma plantação inteira de maracujá, por exemplo? A ideia pode parecer ridícula, mas devido a um sumiço de abelhas que ocorreu nos Estados Unidos alguns anos atrás,  muitos agricultores, inclusive no Brasil, tiveram de recorrer à  polinização manual.

Se o sujeito que planta maracujá reservasse um pedaço da terra dele pra manter uma floresta, os insetos da própria floresta viriam polinizar sua plantação ‘de graça’, trazendo também muitos outros benefícios ao ecossistema local, como regulação do clima na região, água limpa caso haja uma nascente próxima e outras pequenas coisas que fazem o lugar ser mais bonito e agradável, como o canto dos pássaros e o voo das borboletas.

Parece uma abelha, mas é uma mosca. É bom para a mosca que ela se pareça com uma abelha, que tem ferrão, para que ela possa polinizar as jabuticabeiras e se alimentar sem grandes riscos de virar alimento para outro animal.

Parece uma abelha, mas é uma mosca. É bom para a mosca que ela se pareça com uma abelha, que tem ferrão, para que ela possa polinizar as jabuticabeiras e se alimentar sem grandes riscos de virar alimento para outro animal.

Nas florestas e na natureza em geral, onde as relações entre os organismos são intensas e complexas, não existem componentes isolados. Isso quer dizer que pra ter insetos que polinizem seus maracujás você vai ter que istrar junto à plantação um grande número de outros organismos que dependem uns dos outros em uma grande e complexa teia de relações. Isso faz com que a preservação nos traga uma série de coisas boas, e a destruição uma série de coisas ruins. Infelizmente estamos acostumados a pensar em um único fator de cada vez e acabamos plantando o maracujá sem levar em consideração todos os elementos paralelos que a planta precisa para dar bons frutos.

Se conseguirmos adotar essa perspectiva ecológica e perceber que o mundo é muito complexo, que os organismos dependem intimamente uns dos outros para serem plenamente saudáveis e que cada um de nós é também um organismo vivo participante desse sistema, vamos perceber então o quanto é importante preservar também as florestas além de toda a natureza que existe ao nosso redor.

Estudar Teologia Hoje

Abaixo compartilhamos um texto de Frei Betto sobre o estudo da Teologia hoje e sua importância de atualização tanto para religiosos como para leigos. 
 
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ESTUDAR TEOLOGIA HOJE

Por Frei Betto 

Frei Betto

       Soa anacrônico falar em teologia – estudo dos temas relacionados a Deus – em uma época de hiper-racionalismo, dominada pelas duas filhas diletas da modernidade: a ciência e a tecnologia.

       Ora, se olharmos em volta vemos que a teologia se faz necessária e atual. Com a crise das ideologias libertárias, após a queda do Muro de Berlim, há emergência dos fundamentalismos religiosos, tanto no Ocidente quanto Oriente, pautando políticas agressivas que ignoram leis e princípios humanitários.

       Em nome de Deus, atos terroristas são perpetrados, o mundo é dividido entre “eixo do mal” e “eixo do bem”, pessoas de crenças religiosas diferentes são encaradas como hereges ou até mesmo diabólicas. Mesmo na eleições no Brasil o tema religioso adquire preponderância.

       Não se pode entender o mundo atual e suas perspectivas futuras sem um mínimo de conhecimento teológico. Por que judaísmo, cristianismo e islamismo derivam do mesmo patriarca Abraão? Quais as convergências e diferenças entre essas três religiões do livro? O que têm a nos ensinar as religiões orientais, como o budismo? Como as tradições religiosas indígenas e africanas marcam a América Latina e o Brasil?

       O Concílio Vaticano II (1962-1965) procurou atualizar a Igreja Católica. Hoje, seus desdobramentos exigem um novo perfil de Igreja e uma nova evangelização, na qual os leigos desempenham papel preponderante. O aprendizado da teologia nos permite compreender melhor as resistências de setores católicos às decisões do Concílio, a tensão entre clericalismo e secularização, os imes do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, os fenômenos do agnosticismo e do ateísmo.

       Enganam-se aqueles que pensam ser a teologia uma “metafísica dos anjos” que exige necessariamente conhecimentos de grego e latim. A teologia é um amplo leque de possibilidades de apreensão do Mistério que imprime à nossa existência um caráter transcendente. Graças a seu estudo, penetramos no mundo bíblico, desvendamos a história da Igreja, conhecemos a patrística grega e latina, entendemos melhor o papel das Comunidades Eclesiais de Base e da Teologia da Libertação, identificamos nos fatos da atualidade política o pano de fundo religioso.

       Um bom curso de teologia supre esta grande falha da Igreja Católica: não oferecer aos adultos uma atualização catequética. Muitos guardam, na idade adulta, noções próprias da catequese infantil. Ora, não se pode dirigir um carro por ter aprendido a andar de velocípede. O estudo da teologia articula conhecimentos religiosos com outros ramos do saber, como filosofia, antropologia, ecologia, astrofísica etc.

       É essa atualização que a Escola Dominicana de Teologia, em São Paulo, oferece a seus alunos e alunas. Aberta a leigos(as), religiosos(as) e seminaristas, dispõe de uma biblioteca que abriga 50 mil volumes e conta com recursos de tecnologia da informática.

       Venha estudar teologia! Venha para a Escola Dominicana de Teologia!

#EDT

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Sobre as eleições: E agora?

Por Bruno S. Alface

#MJDBR

O dia das eleições (07/10/12) acabou para algumas cidades, aonde foram eleitos vereadores e prefeito no primeiro turno, e para outros municípios a disputa para prefeitos segue para o segundo turno.

#mjdbr

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Eleitores de Guarulhos, SP, “devolveram” em frente à Câmara os panfletos que receberam e colocaram faixas com os dizeres “Onde está a sustentabilidade">Estadão)

               

Ufa! Isso quer dizer que só voltaremos a perder tempo com a política daqui a dois anos! Que alivio!

 

Não é bem assim…

 

Reconheço que algumas características de nossa terra tupiniquim nos fazem duvidar da famosa democracia – afinal de contas, estamos entre os quatro países mais desiguais da América Latina – entretanto, insistirei em tentar lhe convencer a também insistir com a política.

Durante essas eleições, dedicando boa parte do meu tempo em discussões políticas de diferentes lugares da cidade onde moro, percebi que existem alguns perfis de eleitores.

Parte do eleitorado pesquisa, estuda e debate as propostas e os perfis dos candidatos em suas comunidades, casas, igrejas, escolas, faculdades, clubes do Bolinha e da Luluzinha ao qual pertence, para se preparar para o dia de ontem: o dia de votar.

Sabemos também que existe um segundo perfil de eleitor, aquele que finge que faz tudo isso (finge que pesquisou, debateu e estudou a fundo as propostas dos candidatos) e também vai lá registrar seu voto. O problema que encontramos nesse segundo perfil de eleitor é que depois, durante o mandato dos representantes eleitos, ele terá de engolir os representantes que também ‘’fingem’’ que governam sua cidade.

Se você votou nulo ou em branco, gostaria de acreditar que também estudou a fundo todas as propostas e os candidatos de seu município, e que de fato, não encontrou uma saída possível. Há aqueles que anulam ou embranquecem seu voto por pura preguiça, por uma desilusão, que de fato tem o seu lugar em nosso coração eleitor hoje em dia, mas que não é desculpa para vomitar confortavelmente discursos do tipo: ‘’Nenhum deles presta’’ ou ‘’É tudo ladrão mesmo, pra que vou perder meu tempo?’’.

Esse ano me deparei com muitas correntes que pregavam o ‘’vote nulo’’, ou ainda, o não comparecimento as urnas eleitorais por meio da querida ‘’justificativa’’. Alguns destes movimentos tinham até certo embasamento, mas a meu ver, não tinham o essencial: que é uma alternativa política concreta para o ‘’não votar’’. Se vivemos em uma democracia precisamos de representantes, e se simplesmente escolhemos não escolher nossos representantes estamos dando espaço para o que? Até onde pude entender, para o nada. Ou melhor, para a velha política ocupar mais uma vez as suas cadeiras cativas. 

#mjdbr

(Fonte: Friolândia)

#mjdbr

Sendo por forma de protesto, ou mero conformismo, o fato é que as cidades de Monte Alegre, RN, e Cedro, CE, obtiveram um resultado bem particular nas eleições desse ano: pouco mais de 98% de votos nulos computados, o que pode significar até uma nova eleição com novos candidatos para as respectivas cidades, mas nada é certo ainda. Veja aqui uma reportagem sobre o assunto.

Apesar das muitas diferenças ideológicas, partidárias e das divergentes escolhas tomadas, após as eleições voltamos a ser de um só grupo: dos cidadãos. Por isso, o nosso agir político deve continuar.

em aqui o site G1 e vejam quais foram os candidatos eleitos no primeiro turno de sua cidade. Gravem bem o nome deles, pois agora serão seus representantes na esfera municipal por mais quatro anos.

Isso quer dizer que eles são responsáveis pelas ações de melhoria (ou não) do transporte público que nós usamos, dos hospitais, escolas, parques, e demais espaços e recursos públicos que utilizamos ou pelo menos deveríamos poder utilizar – pois pagamos impostos. Falando nisso, são também os responsáveis pela istração dos tributos que pagamos.

Leonardo Sakamoto nos diz: “Pô, mas política é chata demais.”.

E ele mesmo responde: ‘’Mas não precisa ser assim, ela parece chata porque construíram ela dessa forma. Invente sua maneira divertida de fazer política, oras, tem muita gente fazendo isso. E, principalmente, não xingue quem está travando o bom debate. Afinal de contas, a saída para contrapor uma voz não é forçar o silêncio, mas sim outra voz. O silêncio dói, machuca. O diálogo é música. Sinto um amargo na boca quando vejo pessoas que, sob o risco de verem seus argumentos naufragarem em sua própria arrogância, tentam calar o outro.

e o site da câmara municipal de sua cidade e fique por dentro dos canais de comunicação que existem para dialogarmos com nossos políticos representantes. Fique por dentro da Lei Orgânica de seu município, que é praticamente a constituição máxima que costura os pontos do legislativo em nível municipal.

Continue pesquisando, estudando, debatendo e se fazendo próximo da política e daqueles que nela trabalham. Lute, com inteligência, por uma sociedade mais justa e sensível. As ferramentas existem, só precisamos conhecê-las, aprender e, de fato, usá-las.

Já amos do tempo de cair em qualquer papo furado, não acha? 

#mjdbr

#mjdbr

 

Sobre José Comblin

Em uma de nossas diversas conversas pelo facebook, nosso querido amigo e assessor, Claudemir Rodrigues, op, compartilhou uma sensível visão sobre a pessoa de  José Comblin – Padre e Teólogo da libertação.

Nós do MJD – BR, que somos a favor do livre alcance das ideias, logo pedimos permissão para disponiblizar o depoimento aqui em nosso blog. Façam bom proveito! Aí vai:

 

Sobre José Comblin, por Claudemir Rodrigues – op.

”Como se trata de Padre José Comblin, vou me dar ao luxo e o prazer de fazer uma viagem ao ado, e por meio de uma memória afetiva, relembrar as boas experiências que tive com Padre José, como era conhecido no bairro do Mutirão, cidade de Bayeux, região metropolitana de João Pessoa. 

Padre José, desde que veio para o Brasil, e se deixou encantar pelo universo das pessoas mais Pobres, sempre morou em centros de irradiação de Teologia Popular, fundados por ele mesmo. O Sítio da Arvore sempre foi um centro de formação laical, formou gerações de bons leigos em toda a Paraíba, são famosos os Cursos da Arvore, seu método de trabalho popular. Quatro anos de sólida formação teológica, pastoral e humana para as lideranças de comunidade de Base, do sertão ao litoral da Paraíba. Eu Mesmo fui muitas vezes, quando adolescente, acompanhar a minha comunidade de Origem – Comunidade São Benedito – à mutirões de trabalho de conservação do local, assim como participar de festas e formação, algumas com Padre José. Lembro-me que a grande aventura era visitar a casa do santo profeta, sua biblioteca (diga-se de agem, a única da cidade, e mais mais bem servida, talvez de todo estado, em matéria de boa teologia). Certo dia tive o desprazer de ouvir um certo religioso afirmar que Padre José não estudava, aquilo me irritou e revoltou deveras, achei de uma deselegância, e de uma ignorância tremenda, nunca encontrei padre José sem um bom livro nas mãos. Estou certo que ele fazia as vezes de nosso pai São Domingos, ele era a Voz dos Homens e das mulheres Pobres a Deus e a de Deus aos pobres homens e Mulheres. Sem sombra de dúvidas, se algum dia fizerem a Iconografia de Comblin, que seja feita obedecendo as regras de Nossa Iconografia Dominicana, ou seja, sempre com um livro nas mãos… pois ele era um grande mendincante da Verdade.

Comblin, por onde ou deixou rastros teológicos, deixou o da formação laica em Bayeux, o da formação dos leigos consagrados na cidade de Serra Redonda, onde tive o prazer de Estudar, e onde estava no dia em que morreu Dom Helder Câmara, (como esquecer o ofício daquele dia, fizemos um belo ofício de vigília). Deixou rastros teológicos na Cidade de Mogeiro, onde fundou o centro de formação para as leigas consagradas, e deu uma fundamental contribuição na fundação e estruturação da AMINE (Associação do Missionários do Nordeste). Em todas elas Comblin Deixou bibliotecas de excelência Teológica, tanto em obras como em revistas latino-americanas (foi onde tive o a literatura latino-americana, não só eu, mas muitos outros jovens adolescentes pobres paraibanos). 

Na produção teológica, Comblin foi o único a produzir uma teologia Peneumatológica. Foi o Teólogo do Espírito, e que se preocupou com a leitura de seus escritos, no início escrevia grandes e volumosos livros, mas atendendo o pedido das comunidade simples, que não estavam acostumadas a delicada arte da leitura, ou a a escrever textos curtos, ou relativamente curtos. Sempre prezou por uma linguagem clara. Seus livros marcos por um realismo, que muitos chamam de pessimismo eclesiológico, e justificam tal adjetivo, mas a meu ver, leram seus comentadores, e não sua obra. Conheci Professores de pneumatólogia que davam o esquema pneumatológico de Comblin, só lendo uma obra que ele escreveu sob encomenda para uma coleção de teologia da Libertação, obra esta, desprezada pelo próprio Comblin, em conversa, por ocasião de uma visita que fiz a ele, quando jovem professo… acabara de chegar do noviciado, e fui me apresentar a ele, dessa vez como frade dominicano, e dizer-lhe que fui ser dominicano por causa de seus escritos sobre a Ordem.

Conheci muitos Teólogos da “Libertação”, mas como o Padre José, conheci poucos (sendo caridoso), se ele falou de Deus, tenha certeza, ele o contemplou face a face, prova disso é que ele morreu. Ele falou dos pobres, sem nunca morar em um barraco, mas sem nunca sair do seu meio, ele fez o que todo dominicano devia fazer, anunciar o Cristo pobre aos irmãos e irmãs pobres. Ele viveu o que escreveu, foi presença do Espirito de Deus no universo das periferias do nosso Brasil. Contemplou e levou aos outros o frutos de sua contemplação!”