Juventude Dominicana no mundo: ser o todo em tudo

Cada ser Humano é um presente Divino tratado e concebido com qualidades e defeitos que o levam, de forma singular, a ter sua própria forma de ser e agir. A esses aspectos, no meio laico, damos o nome de Carisma.

No Cristianismo, o termo Carisma, é usado para indicar um dos diversos dons espirituais ou graças especiais concedidos pelo Espírito Santo àqueles desejosos de servir a Deus. Ou seja: “são dons especiais do Espírito, concedidos a alguém para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, em particular, para a edificação da Igreja” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 160). Estes geram diversas formas de atuação como instrumentos do próprio Deus (Espírito Santo) na Igreja para seus fiéis e para o mundo.

O Carisma, como Dom do Espírito Santo, leva o Homem a agir para além daquilo que é particular, alçando o Bem Comum para a finalidade de suas ações. Mas que tipo de agir é esse? É um agir enraizado na vida e na mensagem de Jesus Cristo, é viver de forma autêntica e consagrada para edificação do Reino de Deus.

Sabemos que somos limitados e o quão difícil, e por que não dizer utópico, é servir integrando as intenções profundas à ação cotidiana. Por isso que devemos constantemente, nos embates do dia a dia, educar as nossas vontades. O desejo de estar a serviço da construção do Reino de Deus já nos possibilita receber do Espírito esses Dons especiais – carismas.

O importante é perceber que não devemos buscar em nossas ações a Santidade Particular mas, acima de tudo, a construção do Reino de amor que é a pedra angular do Bem Comum. Para isso devemos lançar um novo olhar sobre as mesmas coisas. Um olhar iluminado pela fé que instruída pelos Dons do Espírito, saiba discernir “sobre as novas necessidades e as aspirações da existência cristã num mundo em mutação” (Chenu – O carisma de S. Domingos).

O carisma de São Domingos

A história da Igreja é constituída por duas tramas, cuja interferência continua, no inundo, o mistério da humanização de Deus no Cristo. Uma dessas tramas é composta pela ação e o desenvolvimento de instituições visíveis que dão a Igreja a figura de toda sociedade, com suas assembleias, suas hierarquias, seus poderes, seu povo. A outra é toda interior, e não pode ser percebida e analisada senão em seus efeitos: é a presença e o trabalho do Espírito Santo nas almas que progridem assim na santidade; é a obra daquilo que a teologia e a catequese chamam de graça santificante. Nesta perspectiva, a história da Igreja é então a história da santidade, tanto no modesto ritmo da vida cotidiana, quanto na irradiação de seus mestres eminentes.

Os historiadores parecem não ter discernido suficientemente os dois elementos que compõem esta segunda trama, cuja estrutura, dinamismo e finalidade são muito diferentes. Enquanto a graça santificante, acima mencionada visa a estabelecer cada um dos crentes na comunhão com Deus no Cristo, já que é constituída por uma relação pessoal toda íntima, um outro regime da graça dota o cristão dos recursos necessários para o cumprimento de uma função na Igreja: o Espirito lhe é dado para construir a Comunidade, cujos múltiplos órgãos e cujas evoluções coletivas realizam a participação na vida divina do Povo de Deus como tal. Trata-se de graças “sociais”. A teologia e a catequese chamam-nas de “carismas”, isto é, são graças duplamente gratuitas, pois não são apenas dons do amor de Deus, como também dons para os outros e não para as pessoas que as recebem.

Não é por um artificio especulativo que analisamos deste modo essa “biologia” divina do Corpo de Cristo, pois na sua primeira carta aos cristãos de Corinto (cap. 12) São Paulo já definiu explicitamente a sua estrutura, como co-essencial à economia cristã. É lamentável que, durante vários séculos, o ensino habitual da Igreja tenha atrofiado o papel dessas graças sociais que foram consideradas como extraordinárias, na sua concorrência com os imperativos legalistas dos organismos autoritários da Igreja, únicos que seriam qualificados para a gestão coletiva do Espirito Santo. Mas o Vaticano II revalorizou esses dons como essenciais á constituição da Igreja (Lumen Gentium cap. 12,2).

Disto resulta que, para se ter uma inteligência profunda do desenvolvimento da Igreja e de seus dinamismos ao longo da história, é urgente não limitar-se a considerações das santidades pessoais, pois mais radicais que elas sejam, mas destacar em sua luz plena e em suas características específicas as potências funcionais que construíram o seu edifício. Pol isso é que devemos analisar os carismas de São Bento, São Bernardo, São Francisco, São Domingos, Santo Inácio e de tantos outros.

Dois traços caracterizam essas graças arquitetônicas. Primeiramente, os carismas não se exercem aplicações de um corpo de leis preestabelecidas, quais nos submetemos por obediência. Os carismas comportam uma iniciativa, uma inspiração, uma descoberta, uma novidade que o legislador não havia previsto. Eles não emanam assim da autoridade, mas de um instinto – o instinto do Espírito Santo – que discerne as novas necessidades e as aspirações da existência cristã num mundo em mutação. Em conseqüência e esta é a sua característica mais importante – os carismas são provocados e produzidos por e em uma conjuntura que os condiciona e justifica, na sua gênese e estrutura, conferindo-lhes deste modo uma originalidade imprevista, no curso da gestão comum. Donde um caráter de inovação pelo qual entram em convivência com as inovações do mundo. Pode-se prever então o relevo que tomam os carismas aos olhos do historiador habituado a continuidade dos dias. Na verdade, a Igreja será sempre o “Povo de Deus” em marcha na historia do mundo, recapitulando e ultraando as santidades individuais.

Se aceitamos esta teologia, nosso primeiro o será de situar São Domingos na história, não por uma curiosidade erudita, mas porque os acontecimentos dessa história condicionaram radicalmente tanto sua vida pessoal, quanto sua obra. Considerá-lo fora do tempo, sob pretexto de exaltar sua santidade, seria dissolver a originalidade de sua inspiração, de sua iniciativa e da Ordem que fundou.

São Domingos

Por volta de 1200, e já durante o século XII produziu-se na sociedade da Europa ocidental, uma evolução das estruturas econômicas, das relações sociais, das mentalidades e dos comportamentos, assim como das aspirações dos homens. Já havia quatro séculos que os homens viviam sob o regime feudal, nascido da necessidade urgente de fazer subsistir uma sociedade que a ruína do Império romano havia deixado desamparada, não só pelo desmoronamento das instituições políticas como também pela instabilidade cotidiana das relações econômicas e sociais. Os homens se confinam então em suas terras, para tirar delas uma subsistência que a menor intempérie ameaça e que a menor discórdia arruína. É para refazer um tecido social elementar que se criam, pouco a pouco, relações articuladas sobre a dependência consentida dos fracos relativamente aos fortes: um homem “se fia” a um outro mais poderoso, o “senhor” que lhe promete ajuda e proteção. Em troca disso, o fiel, o vassalo, recebe um bem de raiz, um “benefício” munido dos instrumentos necessários para valorizá-lo. O vassalo torna-se então “o homem de um homem”. Esta “homenagem” é fortalecida e solenizada por um juramento, garantia da ordem social e lugar de comunhão. Por este sacramento, a Igreja era evidentemente parte interessada, melhor, referência constitutiva.

Através deste contrato feudal, multiplicado numa quantidade disparatada de senhores em todos os níveis, organiza-se uma sociedade hierárquica em que cada um encontra sua perfeição, mantendo-se em seu lugar, sem pretender transpor os limites de seu compromisso. Como sustentáculo desta estabilidade, desenvolve-se então uma mística da ordem, na qual a dependência torna-se a garantia da dignidade pessoal. A fidelidade é assim a virtude suprema, tanto no plano da ética individual, quanto no do comportamento social. A autoridade não é isenta de dominação, mas se exerce segundo o modelo da célula familiar, num paternalismo que torna cordial a soberania e dá à servidão uma flexibilidade desconhecida pela escravidão antiga. Se o senhor resolve pela guerra os conflitos suscitados pela rivalidade entre seus congêneres, pelo menos enobrece a profissão das armas, colocando-a a serviço dos fracos. O guerreiro se torna “cavaleiro”, numa magnanimidade religiosa, a ponto de se fundarem “ordens” de cavalaria, sacralizadas pela Igreja.

A representação que se faz de Deus é a transposição deste ideal e de seus recursos, pois considera-se esta ordem do mundo como a realização da vontade de Deus na sua providencia criadora. Essa referência quase física alimenta a virtude de “religião”, a partir do momento em que o homem toma consciência disso e aí encontra apoio e segurança. Alguns atribuem tal consistência a esta religião que nela comprometem toda a sua vida, num estado permanente: renunciando à indução e às ocupações do mundo, levam sobre a terra a vida dos anjos, no louvor cotidiano de Deus. Os Mosteiros constituem a arquitetura mística – e institucional – da Igreja, enquanto os seus abades se apropriam do poder feudal, e a profissão religiosa do monge é a replica do juramento.

Esta cristandade austera e suntuosa deverá, entretanto, enfrentar uma sociedade nova que não lhe fornece mais uma base econômica e cultural. Com efeito, graças a um progresso técnico considerável para esse tempo, particularmente no cultivo da terra, os homens produzem mais do que suas necessidades locais e põem em circulação os excedentes, numa economia de mercado que os faz sair de sua vizinhança imóvel. Seu domínio sobre as forças elementares da natureza, ao mesmo tempo que provoca uma justa estima pelo trabalho como participação na obra criadora, suscita neles o gosto pela iniciativa, pela invenção. Eles am a tutela de seu senhor e as exigências do dízimo. Solidários nestas autonomias, depreciam seu juramento que se tornou inútil, e decidem conquistar a sua liberdade, insurgindo-se, se for preciso, contra os seus senhores, sobretudo nas cidades cujo progresso favorece sua coalizão. Organizam-se deste modo corporações, em suas relações de produção; comunas, para sua ação politica; universidades, como centros culturais que escapam ao monopólio das escolas monásticas.

Nesta emancipação, eles desenvolvem uma consciência critica em relação à ordem estabelecida , especialmente contra as instituições eclesiásticas comprometidas com o feudalismo, contra as quais apelam para o Evangelho e para a liberdade do Espírito. Assumindo os propósitos da Reforma gregoriana, eles a continuam, deslocando porém o seu centro de gravidade para o engajamento dos leigos. São na verdade homens novos, como eles mesmos se compreendem e se proclamam, em todos os domínios: tanto nas letras quanto nas artes, tanto na cidadania quanto nas iniciativas dos grupos evangélicos. Como era de se prever, a antiga Igreja olha com desconfiança esses “inovadores” às vezes suspeitos de heresias.

Esta efervescência se manifesta, de modo particular, além das inspirações pessoais, na Itália do Norte, onde companheiros de profissão fundam fraternidades com o nome significativo de Humilhados; e na França, em Lião, onde um artesão da nova geração, Pedro Valdo, por volta de 1175, apesar da oposição de seu bispo, se lança numa pregação popular do Evangelho, pondo em cheque, deste modo, o clericalismo dos ministérios e os caminhos da pregação da fé.

É neste contexto, profano e religioso, que se deve situar duas iniciativas, ao mesmo tempo diferentes e homogêneas, que teriam um grande destino. Pouco depois de 1200, Francisco, filho de um tecelão de Assis, e, no sul da França, um espanhol, Domingos de Gusmão, serão as testemunhas do despertar do Evangelho.

O primeiro suscita a eclosão de fraternidades leigas, que logo povoam a Toscana e a Itália do Norte, consagrando-se a pobreza e ao testemunho fraterno: “homo novus”, dirá seu biógrafo, Tomás de Celano. Domingos, por seu lado, subprior do Cabido de Osma, na Espanha, voltando com seu bispo de uma missão diplomática na Dinamarca, a pelo Languedoc, região da França meridional, onde ambos ficam abalados com a desordem social e religiosa que ali reinava.

Os discípulos de Valdo, cujo evangelismo recrutava numerosos adeptos, divulgavam uma crítica, legítima e intempestiva, da Igreja, de seu aparelho eclesiástico, de seus sacramentos e de seu poder. Com os Valdenses, cruzava de modo estranho o proselitismo de uma seita, de origem maniqueísta, os Cátaros, que definiam a perfeição pelo desprezo da matéria e pela condenação da vida sexual. Diante da conturbação geral dos espíritos e dos comportamentos, ampliada pelas rivalidades feudais, o papa Inocêncio III tinha pedido ao abade de Cister, todo poderoso senhor espiritual e temporal, que fosse combater, in loco, todas essas desordens. É aqui que intervêm Domingos e seu bispo.

Na primavera de 1206, o abade de Cister e seus companheiros confabulavam em Montpellier, a respeito da decisão a tomar depois do fracasso completo de sua missão. Tinham convidado Domingos e seu bispo para tomar parte na deliberação. Foi uma reunião sensacional. Aos prelados cistercienses, desanimados e prestes a tudo abandonar, declararam os espanhóis: “Não fiquem surpresos com o seu fracasso. Os senhores enfrentam aqui homens que abraçaram a pobreza evangélica, imitam a vida dos Apóstolos e praticam no meio do povo a mensagem fraterna que pregam. Não fiquem, portanto, espantados com o crédito que eles tem. Os senhores, ao contrário, vieram com grande equipagem, viajam com numeroso séquito, reivindicando seu poder e fazendo valer seu prestigio. Renunciem a tudo isso, dispensem sua escolta, mandem embora suas bagagens e partam a pé pelas estradas, sem provisões e sem dinheiro, ao encontro dos dissidentes com os quais devem dialogar”.

Os monges ficaram primeiramente desconcertados, pois a mendicância lhes era inconveniente, e esta maneira de agir parecia dar razão aos hereges, para os quais a verdade pastoral dependia da prática da pobreza. Novidade inaudita na legislação hierárquica da Igreja. Entretanto, embora surpresos, os monges reconsideraram suas posições, e tomando na palavra os seus conselheiros, lhes propam assumir a chefia das operaçoes, e eles de bom grado seguiriam seu exemplo. E assim foi feito. Começava a “pregação”. Nascia também neste encontro memorável a idéia da Ordem dos Pregadores, como o reconhecerão, vinte anos depois, os primeiros frades.

A reviravolta estratégica punha em ação o discernimento das condições necessárias para que o Evangelho fosse ouvido, nas conjunturas em que o reformismo moral e autoritário praticado pelos cistercienses não podia satisfazer. Também não bastava formar, dentro do clero, funcionários regulares, nem reprimir as faltas morais dos fiéis. A palavra de ordem era outra: anunciar a Boa Nova aos pobres.

Alguns meses depois, o papa, evidentemente cúmplice, ratificava a iniciativa e as decisões: “Nós mandamos e prescrevemos a tua discrição, escrevia ele seu legado, escolher homens de virtude provada, aptos a um ministério que imite a pobreza do Cristo e que, numa atitude humilde, mas com o ardor do Espírito, não tenham medo de ir ao encontro dos pobres. Ordena-lhes que dialoguem com os hereges, a fim de libertá-los do erro, pelo duplo testemunho do exemplo e da palavra”. Aqui se acha expresso o carisma de Domingos.

Durante dez anos, Domingos percorreu o país em todas as direções, até o momento em que, com seus companheiros, se fixa em Tolosa, capital da região, onde o bispo o acolheu, com uma confiança total, “para pregar a verdade do Evangelho”. Participando com ele no Concílio de Latrão (1215), Domingos submeteu ao papa sua experiência, com a intenção de estendê-la, além de seu engajamento local, a toda a Igreja.

Inocêncio III acolheu muito favoravelmente o seu projeto e convidou Domingos a adotar uma regra de vida, de acordo com a decisão do Concilio que estava preocupado em ordenar a multiplicação anárquica dos grupos evangélicos. A operação foi realizada com rapidez, pois as intuições fundamentais já haviam amadurecido longamente. Sob o patrocínio da regra, bastante informal, de Santo Agostinho, foram elaboradas instituições, não segundo o modelo do feudalismo monástico, mas em simbiose com as “comunidades” da nova sociedade, excelentemente disponíveis à fraternidade do Evangelho e à liberdade do Espírito, graças às quais a autoridade se tornava o serviço do bem comum. Doravante, nada de abade, mas um simples prior, submetido à eleição e ao rodízio dos cargos. A itinerância apostólica confirma, contra a estabilidade dos monges, uma mobilidade provocada pela circulação das pessoas nas corporações e nos burgos. Ao contrário dos antigos mosteiros, os conventos se estabelecem nas cidades e, imersos na vida do povo, serão os protagonistas da emancipação dos servos. Assim se encarna seu evangelismo.

Por mais diferente que seja das fraternidades de Francisco de Assis, a fundação de Domingos de Gusmão tinha com elas um grande parentesco de espírito e de organização, como testemunha a legenda do encontro dos dois arautos do Evangelho e como o mostra o crédito comum de ambos e seu recrutamento inaudito junto à nova geração. “Estas duas ordens, diz um cronista, nos Anais da Normandia, foram acolhidas com um grande júbilo pela Igreja e pelo povo, por causa da novidade de seu estado de vida, no qual pregavam o nome de Cristo. Inúmeros jovens de muito valor e de grande cultura afluíram para eles, atraídos por esta insólita novidade, a tal ponto que, em pouco tempo, eles povoaram o mundo”. Creatividade do carisma, que, pelo despertar do Evangelho, constrói a Igreja à medida do mundo.

Deste encontro com o mundo, os contemporâneos tiveram plena consciência, não sem surpresa. O maior historiador do tempo, Mateus de Paris (+1256), assim descreve os Pregadores e os Menores: “Sua cela é o mundo e o oceano é o seu claustro”. irável fórmula, aceita por todos. Ela vale para sempre, pois traduz um carisma desde então instituído na história.

Fr. M.D. Chenu, op
Texto extraído do livro “Os Dominicanos”. Província Dominicana do Brasil. São Paulo, 1981.

Campanha da Fraternidade 2012

No dia 04/03/12 o MJD da Paróquia São Vicente de Paulo iniciou seus estudos acerca da Campanha da Fraternidade 2012, cujo tema é Fraternidade e Saúde Pública.

Dirigido pela nutricionista Mari Bongiorno, integrante e presidenta do grupo e que atua em uma unidade de saúde pública do SUS, o encontro teve como objetivo expor aos jovens a realidade da saúde pública no Brasil e propor uma reflexão sobre a atual situação do SUS e, de modo particular, sobre o atual estilo de vida que cada vem adotando para si.

Para ajudar na reflexão, foi realizada uma dinâmica corporal na qual todos foram convidados a se perceberem enquanto seres humanos inseridos em uma comunidade, e o quanto de cuidado é necessário para a preservação deste corpo, território do Sagrado.

Para finalizar o encontro fizemos um momento de relaxamento para rever os cuidados com o nosso corpo e para um contato de carinho e cuidado com o próximo, dirigido pelo Léo. Depois partilhamos os sentimentos e reflexões de cada um. É nosso dever adotar um estilo de vida saudável, rever nossos hábitos de vida e rever nossa relação de cuidado com o próximo.

Ao final todos partilharam a experiência, e como proposta para a semana foi colocado o cuidado com as relações familiares.

A seguir, mais informações sobre Campanha da Fraternidade 2012:

Um gesto de acolhida entre irmãos e cuidado com o próximo. A escolha do tema é feita por eleição entre os bispos, após várias pesquisas e discussões profundas. Assim como a escolha do cartaz e do hino que pode ser sugerido por todos.

Alguns dos objetivos da Campanha da Fraternidade desse ano é nos fazer refletir sobre a realidade da saúde no Brasil, nos nossos hábitos de vida e numa possível melhoria no nosso sistema de saúde.

É necessário refletir também sobre a eficácia da política de gastos e investimentos do dinheiro público do país nas áreas que são verdadeiramente necessárias dos brasileiros, especialmente a saúde pública.

Aqui, você encontra o Texto Base sobre toda a Campanha da Fraternidade 2012, que já está sendo distribuído nas paróquias.

Aqui, você confere a notícia da CNBB sobre o lançamento da campanha da fraternidade.

No final da CF, o dinheiro arrecadado é aplicado em lugares de maior necessidade em favor da melhora da saúde pública.

Paz e bem!
MJD BR – Movimento Juvenil Dominicano do Brasil

A origem das coisas

Você já parou para pensar de onde vem e para onde vai tudo aquilo que consumimos?
Sacolas plásticas, embalagens de alumínio, peças de computadores e eletrodomésticos…

Toda a matéria-prima para produção destes produtos vem da natureza. E quando não são mais utilizados esses produtos vão para o lixo. Lixões, aterros sanitários, incineradores de lixo… e todas essas formas de descarte prejudicam o meio ambiente.

E o que nós temos a ver com isso? O que podemos fazer para mudar? Veja:

Precisamos fazer algo, qual será nosso ato concreto em relação a isso?

Paz e Bem!
MJD BR- Movimento Juvenil Dominicano do Brasil

A águia e a galinha

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.

Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto eavam pelo jardim, disse o naturalista:

– Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.

– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.

– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:

– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:

– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurroulhe:

– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga:

– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!

– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que eus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou.. até confundir-se com o azul do firmamento…”

Leonardo Boff

A experiência de retiro e o silenciar internamente

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência…
(Paciência – Lenine)

Momento de surpresas, rostos diferentes e com um mesmo brilho no olhar de curiosidade. Toca a música e vamos nos mexendo, nossos nervos a flor da pele… Se inicia mais uma etapa de nossas vidas, a experiência do silêncio e contemplação.

A juventude é apressada, tem muitos compromissos e aqueles que tomam maior tempo, outros porém, vivem em mundos cibernéticos, onde o seu melhor amigo é o computador. Chegamos e fomos surpreendidos com o novo, desde os rostos novos, até o estilo. O novo nos fascina nos dá uma sensação de descobrimento de algo que é novidade e poderá fazer parte de mim… e foi o que aconteceu. Muitas surpresas apareceram… até quando nos pediram nossos celulares: aí a coisa apertou. Nos sentimentos fora do “mundo”, como se ele resumisse em uma telinha e vários botões.

Fomos percebendo que o silêncio já ia mudando nosso modo de agir, já fazíamos nossas refeições com mais calma, saboreando o alimento que teve uma grande história antes de chegar ao nosso prato. No domingo nos deparamos com o nosso amigo de muitos retiros, o Pequeno Príncipe, nosso grande amigo, que a cada ano descobrimos mais detalhes emocionantes desse pequeno grande homem. Buscamos lugares para a contemplação do texto, no barulho das árvores, dos os do pessoal na trilha e choros abafados talvez pela angústia, talvez pela descoberta da essência que nos foi revelado.

Em meio ao silêncio, grupos de partilha onde a temática eram os mártires, ponto de encontro do grupo, onde partilhávamos nossas angústias, histórias nossas que nos levaram a abrir o coração e deixar os sentimentos falarem mais alto. E o prazer de ouvir o pessoal do MJD, Léo, Frei Leandro, Frei André e Victor. Como é agradável e sereno ouví-los. Momentos de oração onde nos encontravámos no amor de Cristo, quando a partilha de sentimentos aflorava em nós.

Estávamos chegando ao fim de nosso retiro, nossos corações já batiam mais forte, porque estaríamos novamente em casa com nossas famílias e levando uma bagagem imensa dentro de nós.

Comparo os participantes com um trem: chegamos ao retiro com os vagões todos vazios, empoeirados e fazendo muito barulho, e saímos de lá com todos os vagões lotados, de fé e de esperança. Já não existia tanto barulho, mas dava pra ouvir nosso coração batendo forte, de emoção de ter vivido esses 4 dias na presença de Cristo e de nossos irmãos de luta.

Mas como diz Antoine de Saint-Exupéry,“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.” E foi o que aconteceu quando chegamos em nossas casas: é o aperto no peito de saudade daquilo que fez com que a gente enxergasse nossas limitações e medos. Criamos laços, e assim deixaram músicas maravilhosas para que possam nos lembrar de vocês. Assim como a raposa vê o trigo e lembra os cabelos dourados do Pequeno Príncipe, cada um de vocês nos cativou de uma maneira diferente e inesquecível.

Só nos resta celebrar esse encontro com o compromisso de rear essa experiência em nossas comunidades e grupos.

É ir a luta… contemplando e levando aos outros o contemplado!

Dienefer Ichi

Paz e bem!
MJD BR – Movimento Juvenil Dominicano do Brasil

Em tudo amar e servir

Iniciamos mais um ano com muitos sonhos e perspectivas!

Resolvemos criar alguns mecanismos… com o tempo vamos ver se dá certo!

Teremos encontros regionais e nacionais, sempre de forma alternada, e nesse ano o encontro será regional.

Algumas atividades (voluntariado e acampamento) terão caráter nacional, mas acontecerão de forma regional ou particular (grupo) de acordo com as possibilidades. O importante é que todos desenvolvam ao seu modo a atividade proposta nas datas fixadas para que exista uma unidade no MJD.

Marcamos algumas datas de visitas aos grupos regionais, e gostaria muito que cada região se organiza-se para que as coisas possam fluir com facilidade.

Lembremos que o fundamento de nossa existência é formar seres humanos capazes de sentir e se movimentar para a solidariedade tal qual a proposta do Cristo!

“Sermos um outro Cristo” (Sto. Agostinho)

Realizamos dois retiros maravilhosos neste inicio de ano. O dos grupos de Crisma a cargo do MJD – SP (Col. Santa Catarina de Sena e Santuário de S. Vicente de Paulo) e o retiro de Carnaval de Sta. Cruz do Rio Pardo. Obrigado por toda acolhida e logo postaremos mais informações!

Grande beijo a todos, e vamos sempre “em tudo amar e servir”.

Léo
Primeiro Ministro do Movimento Juvenil Dominicano do Brasil

Vocação é, simplesmente…

… Deixar-se tocar pela graça de Deus, fascinar-se pelo seu mistério e dar ao Espírito Santo a liberdade de nos transformar e preencher com seu amor. E, a partir desta experiência, dedicar-se totalmente a levar o Amor de Deus onde e com quem estivermos, não apenas com nossas palavras, mas, sobretudo, com nossas vidas.

Vocação é a nossa resposta pessoal e livre ao chamado de Deus para participarmos da missão salvadora de Cristo. Todos nós temos um lugar único no corpo místico de Cristo, que é a Igreja. Assumir este lugar é encontrar o sentido pleno da nossa vida, a razão do nosso ser. O Senhor nos convida a sair de nós mesmos e fazer de nossas vidas um dom de amor aos irmãos, mas respeita nossa liberdade. Dizer “sim” à missão que Deus nos destinou implica encontrar a alegria de se doar a cada instante, de entregar não apenas algumas horas ou um pouco de nós, mas tudo o que somos e temos, generosamente, pela causa do Reino de Amor.

Não existem vocações mais ou menos importantes. Como nos lembra São Paulo, em sua carta aos Romanos:

“embora sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo, e, cada um por sua vez, é membro dos outros. Mas temos dons diferentes, conforme a graça concedida a cada um de nós. Quem tem o dom da profecia, deve exercê-lo de acordo com a fé; se tem o dom do serviço, que o exerça servindo; se do ensino, que ensine; se é de aconselhar, aconselhe; se é de distribuir donativos, faça-o com simplicidade; se é de presidir à comunidade, faça-o com zelo; se é de exercer misericórdia, faça-o com alegria.” Rm 12, 5-8

Não importam nossas qualidades ou limitações, importa a nossa disponibilidade de deixar Deus agir livremente através da nossa vida. Tão pouco importa a grandeza de nossas obras, o que importa é deixar que Deus realize, através de nossa vida, sua Vontade. Como fez Maria:

“Faça-se em mim segundo tua palavra”.

Assim fizeram tantos santos ao longo da história, assim fazem os santos de hoje. Na Família Dominicana, por exemplo, há histórias bem variadas de homens e mulheres que se colocaram nas mãos de Deus a seu serviço e assim realizaram sua vocação, como estes da América Latina: S. Martinho, Sta. Rosa, Pedro de Córdoba, Bartolomeu de Las Casas e tantos outros. Também nós somos chamados a testemunhar a fé e o amor que temos a Cristo.

Seguir a nossa vocação é concretizar nossa fé servindo os irmãos, conforme nossos dons, ocupando nosso lugar na Igreja, o Corpo de Cristo, como nos diz São Paulo: com simplicidade, zelo e alegria. Realizá-la fielmente é dom de Deus, em resposta à nossa disponibilidade.

Ir. Maria Elisa OP

Paz e bem!
MJD BR – Movimento Juvenil Dominicano do Brasil