Por Victor Alarcon
Hoje, dia 21 de março, é celebrado o Dia Mundial das Florestas. A ideia deste dia partiu do jornalista e agricultor Julius Sterling Morton, que viveu nos Estados Unidos no final do século 19. Ele percebeu a importância da natureza para as pessoas e conseguiu mobilizar a população local para dedicar um dia do ano em homenagem às florestas. Aos poucos essa ideia foi se espalhando e em 1972 a Organização para a Agricultura e Alimentação, ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), tornou a data oficial.
As florestas são grandes moradias da biodiversidade do nosso planeta – nós dependemos dessa biodiversidade para viver. Proteger a floresta é muito mais que salvar a vida de animais fofinhos; é salvar a existência da espécie humana.

Haldane, biólogo fundador da genética de populações, dizia que Deus deve ter uma grande predileção por besouros, grupo que é o mais diversificado que existe entre os seres vivos, com cerca de 350 mil espécies.
A natureza nos presta serviços, os chamados serviços ambientais, que são muito valiosos, mas gratuitos. Ou você paga pra ter oxigênio no ar e água doce caindo do céu em forma de chuva? Atualmente, cientistas começaram a perceber que a destruição da natureza poderia causar prejuízos financeiros para o homem. É bastante difícil dizer quanto vale, em reais, um serviço ambiental, mas atualmente existem pessoas pesquisando o quanto seria necessário desembolsar para fazer algo que a natureza nos faz de graça.
Na natureza quem poliniza as plantas são insetos, em geral abelhas. Quanto você acha que precisaria ser gasto para polinizar manualmente uma plantação inteira de maracujá, por exemplo? A ideia pode parecer ridícula, mas devido a um sumiço de abelhas que ocorreu nos Estados Unidos alguns anos atrás, muitos agricultores, inclusive no Brasil, tiveram de recorrer à polinização manual.
Se o sujeito que planta maracujá reservasse um pedaço da terra dele pra manter uma floresta, os insetos da própria floresta viriam polinizar sua plantação ‘de graça’, trazendo também muitos outros benefícios ao ecossistema local, como regulação do clima na região, água limpa caso haja uma nascente próxima e outras pequenas coisas que fazem o lugar ser mais bonito e agradável, como o canto dos pássaros e o voo das borboletas.

Parece uma abelha, mas é uma mosca. É bom para a mosca que ela se pareça com uma abelha, que tem ferrão, para que ela possa polinizar as jabuticabeiras e se alimentar sem grandes riscos de virar alimento para outro animal.
Nas florestas e na natureza em geral, onde as relações entre os organismos são intensas e complexas, não existem componentes isolados. Isso quer dizer que pra ter insetos que polinizem seus maracujás você vai ter que istrar junto à plantação um grande número de outros organismos que dependem uns dos outros em uma grande e complexa teia de relações. Isso faz com que a preservação nos traga uma série de coisas boas, e a destruição uma série de coisas ruins. Infelizmente estamos acostumados a pensar em um único fator de cada vez e acabamos plantando o maracujá sem levar em consideração todos os elementos paralelos que a planta precisa para dar bons frutos.
Se conseguirmos adotar essa perspectiva ecológica e perceber que o mundo é muito complexo, que os organismos dependem intimamente uns dos outros para serem plenamente saudáveis e que cada um de nós é também um organismo vivo participante desse sistema, vamos perceber então o quanto é importante preservar também as florestas além de toda a natureza que existe ao nosso redor.
adorei Vitinho! nem sabia dessa dos besouros, super interessante!
Extremamente diversos, coloridos e vivendo em muitos lugares são o grupo de organismos mais diversos que conhecemos.
Uau! Ficou ótimo Victinho. Adorei o texto, as imagens e os links selecionados… muito bons mesmo.
Muito obrigado!
Fiz o máximo que pude pra juntar todos elementos da melhor forma possível, fico feliz que você tenha gostado.
Caramba, ficou ótimo o texto Vitinho! Parabéns! É, integralidade é a chave de tudo!
Infelizmente não somos treinados para ter uma visão integral das coisas. Mesmo muitos dos melhores cientistas tendem a querer interpretar a natureza entendendo como cada peça funciona. É um desafio pra gente popularizar a visão de que a soma das partes é mais do que
a simples junção dos elementos envolvidos.
Amei! ficou super simples e explicativo…
eu quis fazer minha iniciação sobre valoração ambiental, só que é complexo por demais… resolvi deixar pro pessoal da EACH.
Mas é bacana o que se tem feito, de dar um valor aos serviços ambientais. É um bom jeito de fazer o homem pensar…
Pena que em muitos casos isso acaba servindo apenas pra impor multas e não prevenir o desastre ecológico.
Abraço!
É um começo, uma forma de tentar fazer com que a preservação converse com a economia. Infelizmente em muitos casos é mais barato pagar e destruir.
Precisamos de educação ambiental para que as pessoas descubram o valor intrínseco da natureza, dos organismos, das paisagens e dos processos que tornam a natureza tão bela e fascinante.